sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

sol

O sol saracoteava
solto
sapeca
sabendo
que suas lágrimas
suavam
mais soltas
que as suaves salinas
das dunas
das serpentes
que se escondem

terça-feira, 22 de junho de 2010

esperei
antes depois agora
sabes
ontem hoje sim
quando?

a morte sabe sempre mais do que tu. uma resposta não sabe nada. uma pergunta não sabe nada.

domingo, 6 de junho de 2010



dorme-se
entro em bicos de pés

sexta-feira, 7 de maio de 2010

2.

não falta mais nada.

sábado, 3 de abril de 2010

era o que mais faltava

mais

segunda-feira, 29 de março de 2010

.

nunca
mais.

terça-feira, 23 de março de 2010

sem porquê

das tristezas
torná-las
finitas
finitas
finitas

quinta-feira, 4 de março de 2010

a vontade
do João quis
um
f
i
n
o

servido em
chávena
de
c h á

áááááááá

domingo, 28 de fevereiro de 2010

versos



perdi

____

lhes
___

a
_

conta
_____

sábado, 20 de fevereiro de 2010

.

se nada enche o vagar

tempo a tempo
levam os nomes

e fico sem saber
o que hei-de ter
no acuso insignificante

do
que
quero
chamar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

tu-não tu- espelho de mim

entre os (res)pingos
dos dedos
da cos
tura
sutura
usura
resta a imagem
no espelho:
tu-não-eu
tu-tão meu
tu-só eu-sem saber quem sou
e depois mais nós
e (res)pingos
da chuva que não cessa
do amor inter-calado
da dor na curvatura
desenvolta da clara
sem ovo
tu-só tu, sem mim
espelho de nós
e, depois, todo o resto
(absoluto nada?)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

t u










não que ou que ----------- [lóg.]
na estática dos pontos --- [fís.]
as linhas se declarem ---- [quím.]
------------- aclarem ---- [sono]

----- cos : t u : ras
-------- mirabolantes

--- ou o repouso
--- bem cosido
--- do
-- .
- de segredo
+
- 1 x -------------------- [sonho]

sábado, 13 de fevereiro de 2010

experimento um novo

.

de

cos
tu
ra

com as agulhas

de coser a

no i

te

como










-- de guarda
-- à luminosa insónia
-- mal se prevê
-- abandonar
espadas como agulhas
------- de coser
---------------- a noite.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

sem espera

indo ente sento
outro porto
por favor

isto eito pasto
no alto
do alto
da dor.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

e dura

monstro infante, escondido no escuro da sombra dos grandes olhares.

cicatriz que fala.

chora. quando os sonhos maus acontecem.

(to be continued)

Há.


quero,

as pequenas linhas das unhas de monstro,
as cicatrizes da árvore da minha infância,
seguras e firmes na tinta da

me-mó-ria.

1, 2, ...,

com árvore

os olhos de monstro

quem escuta
quem pede
quem fala.

segura firme a tinta branca da parede. a minha parede de ferro, cimento, pedra. quente e fria, noite e dia. segura a firme tinta dos olhos, pequenas linhas das unhas monstro. as linhas consomem.

já não Há.

não quero.

3, 2, 1 fight

pega o monstro na árvore,
estica-a,
comprime-a e
fá-la saltar.
o monstro pega na árvore,
literalmente na pele da árvore.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

decifra-me

será o quê
este resto de letra
nas bordas da xicara
o palavreado a escorrer
conta-gotas
será o quê
este gesto acumulado
de desejo
e o que mais quiseres?
será o quê
...

sábado, 30 de janeiro de 2010

desanda
sobre o canto
descalça
do engano

deixa
cair o pranto

acorda a verdade
de tudo o que cai
sem espera.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


sentados
a tomar chá
contemplamos
a República
que é a praça
da nossa cidade

poema de Ruth e mais um som

(ex) corregar
na (ex) borra (sem) chá
e mais um som
que tenta ser imagem
e Ruth e João
a observarem o horizonte
na palavra
do oco, vazio do discurso
este tão nada, tão torto, tão intempérie-toda
ex-correg-ar
córrego do pensamento
se isso fosse uma solução
não seria uma rima
seria uma trovoada...

sábado, 23 de janeiro de 2010

esborrachada por

um poema

fui.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

vazio

um som quebrado
leva devagar
a imagem pequena

melodia surda
do físico.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

scrabblin´

scrabblin´
circles
da memória
o oco da palavra
tudo nada
absoluto nada
não fosse Saussurre
e os respingos de Bakhtin
a teimar, a teimar e a teimar
nas estepes longínquas
e tão vivas
das daschas
e os campos
que esquecemos de conservar
ou que plantamos em descuido...
scrabblin´
wanderin´
wonderin´
in none of all these years...
absolutonada

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

a parede em frente respira
(d)este silêncio: uma gota
trans-pira ins-pira diáfana
noite ruidosa quebrando o quase vento
da não brisa, brisa, brisa ralando na calçada qualquer
é o sol é o fá é o mi bemol e depois não sei quê
não sei dizê
nem Mario de Andrade saberia, talvez
é o sol é o fá é a distância toda de mim e de ti
neste nunca verso completo
incerto de tanta paixão perspirante, declinante
teu enredo
a parede em frente já afoga o que não respira
e contamina
o meu o teu o nunca nosso pensamento
e porque há sempre sol
é o sol é o fá é o mi bemol de novo não:
quero respirar!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Do nada algo

Do nada
nasce
algo.
Algo com
partilhado.
Algo para muito
ou
para nada.
Nada serve
para nada.
é urgente fazer algo
é absolutamente urgente
fazer nascer
do nada
algo.

do nada

silêncio transtorno subterrâneo subcutâneo transformando transtorno: Palavra
verbo-in-verso
silêncio
arenoso
anti-aéreo
verso

VERDADE
decol-ar-ando
in terras brasilis
infértil
vôo
este transbordo
(com) as palavras