quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

a parede em frente respira
(d)este silêncio: uma gota
trans-pira ins-pira diáfana
noite ruidosa quebrando o quase vento
da não brisa, brisa, brisa ralando na calçada qualquer
é o sol é o fá é o mi bemol e depois não sei quê
não sei dizê
nem Mario de Andrade saberia, talvez
é o sol é o fá é a distância toda de mim e de ti
neste nunca verso completo
incerto de tanta paixão perspirante, declinante
teu enredo
a parede em frente já afoga o que não respira
e contamina
o meu o teu o nunca nosso pensamento
e porque há sempre sol
é o sol é o fá é o mi bemol de novo não:
quero respirar!

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